COMENTÁRIOS/NOTÍCIAS
Este espaço é seu!
Convidamo-lo(a) a participar com o seu comentário
sobre o livro.
Participar.
COMENTÁRIOS
Batalha Decisiva
A vitória na batalha naval de Diu, há 500 anos,
permitiu que Portugal se tornasse a potência global
do século XVI
… As ambições lusas pareciam megalómanas, desmedidas
para um país que em 1500 contava apenas com pouco
mais de um milhão de habitantes. Afinal, o que levou
um pequeno grupo de alguns milhares de navegadores,
marinheiros, nobres, soldados, piratas, mercenários,
estrategas e cientistas a conquistar em dez anos o
maior espaço de economia de mercado do século XVI?
Foi a loucura, a audácia, a fé cristã de um “bando
de fidalgos aventureiros e de degredados”, como os
classificaria o próprio Francisco de Almeida? É
provável que esses atributos tenham contribuído para
o triunfo das ambições imperiais do Rei D. Manuel I.
Mas os factores decisivos para o controlo português
do Índico, o oceano-chave das rotas de comércio das
especiarias – as mercadorias de mais alto valor da
época –, foram o intento estratégico e a vantagem
tecnológica de Portugal. Como salienta o livro “1509
– A Batalha que Mudou o Domínio do Comércio Global”,
da autoria de Jorge Nascimento Rodrigues e Tessaleno
Devezas e recentemente lançado pela editora Centro
Atlântico, o oceano Índico era até aí o “Lago
Muçulmano”, onde as rotas marítimas das especiarias
estavam controladas por uma rede de cidades
portuárias e estados. E Portugal aproveitou uma
janela de oportunidade, marcada “pela passagem à
defensiva estratégica de Veneza, pela fragilidade
crescente do império mameluco (Egipto) e pela ainda
adolescência na estratégia de globalização das
outras potências emergentes”, como a Espanha, a
França ou o Império Otomano.
…
Expresso, 10 de Janeiro de 2009
Li o livro de um fôlego, com
imenso interesse, e devo dizer que foi o melhor
livro que li até hoje sobre a Expansão Portuguesa
durante o reinado de D. Manuel. Trata-se de uma obra
muito bem estruturada, bem fundamentada, rigorosa,
concisa e de leitura fácil que tem a virtude de
apresentar ao leitor, em pé de igualdade, as três
vertentes essenciais da Expansão: a vertente
geopolítica, a vertente económica e a vertente
militar. Penso que só se pode entender qualquer
delas considerando em simultâneo as três. Os meus
sinceros parabéns. Não podia haver melhor maneira de
comemorar os quinhentos anos da batalha de Diu.
Armando da Silva Saturnino
Monteiro
Comandante e
Professor da Escola Naval
|