Como tornar a Internet mais acessível? | | Como tornar a Internet mais acessível? Orador: Francisco Godinho | | A essência da acessibilidade de um ambiente tecnológico, para cidadãos com necessidades especiais, reside na real capacidade da sua utilização, independentemente da eventual necessidade de recorrer a adaptações ou interfaces especificas. No caso de um sistema de informação e comunicação, como a Internet, a interacção deve ser independente ou redundante na sua modalidade sensorial e de manipulação, de forma a que possa ser visionado, convertido em fala, impresso, convertido em braille, e utilizável através de diferentes dispositivos de entrada (teclado, apontadores, voz, etc.). Nesta apresentação serão analisadas as principais interfaces utilizadas por pessoas com deficiência, nomeadamente: opções de acessibilidade do sistema operativo, o teclado, o dispositivo apontador, o leitor de ecrã e terminal braille. Ultrapassado o obstáculo da interface, continua a subsistir o problema da relação que existe entre a concepção da informação e a sua apresentação. Como objecto de reflexão e ilustração serão apresentados alguns problemas típicos na Web bem como as respostas e tendências tecnológicas que visam atenuar e identificar de forma automática estas dificuldades. Embora se debruce, geralmente, sobre utilizadores com limitações físicas ou sensoriais, o conceito de acessibilidade não se limita a estas questões. Por exemplo: utilizadores que possuem modems mais lentos e que decidam desactivar a apresentação de gráficos, ou que utilizem terminais com ecrã reduzido ou inexistente ou ainda aplicações telemáticas compatíveis com o formato texto encontram dificuldades similares às sentidas por pessoas com deficiência visual. A miniaturização de terminais portáteis e respectivas interfaces de entrada de dados obrigam a estratégias similares às utilizadas por pessoas com deficiência motora (utilização de reconhecimento de voz, dispositivos apontadores, etc.). As soluções encontradas para acrescentar legendas, destinadas aos utilizadores surdos, podem permitir utilizar índices de texto na busca de documentos de vídeo e de áudio, ser utilizados em ambientes ruidosos ou por equipamento sem saída áudio. A acessibilidade da Internet, entendida neste contexto, além de constituir um requisito social apresenta-se também como uma mais valia tecnológica e consequentemente económica. Em sociedades com elevados padrões de responsabilidade social e tecnologicamente desenvolvidas a acessibilidade será necessariamente um elemento integrante do seu ambiente tecnológico Referências: O Bug da Acessibilidade http://www.acessibilidade.net/bug.html |
| CV do Orador | Francisco Alexandre Ferreira Biscaia Godinho | Licenciado em Engenharia Electrotécnica, ramo de electrónica, instrumentação e computação Em 1992 iniciou a sua actividade profissional como investigador no grupo de Teoria de Comunicação do Centro de Análise e Processamento de Sinais da Universidade Técnica de Lisboa (CAPS) integrado no Projecto ARMOR (Aeronaves Robotizadas para Missões de Observação e Reconhecimento) na área científica de comunicações. Em Outubro de 1993 iniciou a actividade como docente da Escola Superior de Tecnologia (Dep. de Engenharia Electrotécnica) do Instituto Politécnico de Setúbal. Desde 1996 que desenvolve actividade como Engenheiro de Reabilitação, com experiência em informação e aconselhamento de ajudas técnicas para pessoas com deficiência e participação em vários projectos europeus no âmbito de aplicações informáticas e telemáticas para pessoas com necessidades especiais (com deficiência e idosos) e grupos socialmente desfavorecidos. É co-coordenador da Petição pela Acessibilidade da Internet Portuguesa. |
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